Leoteca - Parte de Smartick

Trata-se da obra-prima de Eça de Queirós, publicada em 1888, e uma das mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. Vale principalmente pela linguagem em que está escrita e pela fina ironia com que o autor define os caracteres e apresenta as situações. É um romance realista (e naturalista), onde não faltam o fatalismo, a análise social, as peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.

A obra ocupa-se da história de uma família (Maia) ao longo de três gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda.

Mas a história é também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação decadente do país (a nível político e cultural) e à alta burguesia lisboeta oitocentista, por onde perpassa um humor (ora fino, ora satírico) que configura a derrota e o desengano de todas as personagens.

O porquinho mais novo não tinha muita vontade de trabalhar e fez uma casa de palha para morar. O do meio trabalhou mais e fez uma de madeira, mas já o mais velho teve que trabalhar muito para construir uma casa de tijolo. E quando chegou o lobo e soprou, soprou… Fidelidade à versão tradicional e discurso visual de grande dinamismo, baseado em imagens simples e divertidas, combinam-se num álbum intemporal, para entender que as coisas mudam, as pessoas evoluem e o crescimento (combinado com esforço, inteligência e planificação racional) traz muitas vantagens.

Um lenhador tem três filhas. Sempre que o lenhador vai para o bosque, assinala o caminho para que as meninas o possam encontrar. Deste modo, quando levam a comida ao pai, as três irmãs seguem a trilha marcada com pedras, paus ou palha. Entretanto, um urso engendra um plano para as raptar e, quando regressam a casa, caem as três na armadilha e seguem uma pista falsa que as leva em direção à sua caverna. Clássico da tradição russa que nos mostra que os erros têm solução, basta ter imaginação e astúcia para os superar.

O ratinho protagonista desta história percebe e expressa a realidade como um jogo fantástico ao serviço de um determinado fim: fala de lobos, raposas e gatos que estão na sua imaginação. Mas a fantasia tem um caráter efémero e não chega à materialidade da perceção. Por isso Simão, tal como os leitores, terá que distinguir entre fantasia e realidade no momento oportuno, mais precisamente no fim da história. Frases curtas e emocionais ao alcance dos pequenos leitores, para eles se identificarem com o ratinho, com os seus medos, com as suas brincadeiras e com a sua fantasia.